As otoemissões acústicas (OEA) são um exame que permite avaliar a integridade das células ciliadas externas da cóclea, de grande sensibilidade uma vez que a resposta desaparece quando existe qualquer anomalia funcional no ouvido interno.
Existem dois tipos de OEA: as espontâneas, que podem estar presentes, mesmo na ausência de estimulação acústica externa e as evocadas que são respostas provocadas por um estímulo. As evocadas por produto de distorção, utilizadas no Hospital da Luz Torres de Lisboa e no Centro Hospitalar de São Francisco em Leiria, usam dois tons puros, de frequências diferentes, para estimular a cóclea. Esta, comporta-se como um amplificador, ampliando o estímulo acústico para o enviar ao sistema nervoso central e produzindo sons que não fazem parte do estímulo inicial, os chamados produtos de distorção.
Assim, a atividade da cóclea é avaliada em frequências específicas.
É um exame objetivo (não depende da resposta do paciente), rápido, indolor e não invasivo, que utiliza um microfone colocado no canal auditivo externo.
As OEA são utilizadas no rastreio de surdez coclear no recém-nascido, permitindo ainda a deteção precoce de alterações na cóclea em trabalhadores expostos ao ruído ou a substâncias tóxicas para o ouvido interno, como determinados antibióticos ou agentes de quimioterapia. No estudo dos zumbidos, em conjunto com a audiometria tonal, vocal, acufenometria, impedancimetria e potenciais evocados auditivos, permitem uma panorâmica do funcionamento da via auditiva com implicações no diagnóstico e orientação terapêutica.