Os potenciais evocados miogénicos vestibulares (VEMPs) são potenciais de curta latência que resultam da resposta muscular desencadeada pela ativação dos recetores vestibulares, estimulados por via sonora ou vibratória.
Esta resposta muscular, medida pelo eletromiograma, é observada no músculo esternocleidomastóideo, no VEMP cervical (cVEMP) e no músculo extraocular oblíquo inferior, no VEMP ocular (oVEMP).
Os órgãos implicados nestes reflexos são, essencialmente, o sáculo e o utrículo, órgãos que contêm os otólitos e são responsáveis por detetarem as acelerações lineares da cabeça.
Assim, este teste, em combinação com as provas calóricas que avaliam em especial o canal semi-circular horizontal nas baixas frequências de funcionamento do reflexo vestíbulo-ocular, as provas rotatórias para avaliação das médias frequências e o vHIT que avalia os três pares de canais semicirculares nas altas frequências, permite uma avaliação completa de todas as estruturas contidas no labirinto e das vias neurais correspondentes.
Para a obtenção dos registos, são colocados elétrodos em pontos estratégicos. Nos cVEMPs, de forma a obter a contração do musculo cervical o doente pode na posição sentada, virar a cabeça para o lado oposto ao ouvido a ser testado, ou elevar e virar a cabeça a partir da posição de deitado. No procedimento para o registo dos oVEMPs é pedido ao paciente que desvie o olhar para cima num ângulo de aproximadamente 30°.
É um teste bem tolerado e com uma duração inferior a 30 minutos.
Algumas das aplicações clínicas dos VEMPs incluem o estudo da deiscência do canal semicircular superior, a hidropsia endolinfática na doença de Menière e a nevrite vestibular.