A migraine ou enxaqueca apresenta como sintoma principal a dor de cabeça que pode durar horas a dias, habitualmente é intensa, de um único lado da cabeça e pulsátil. Outros sintomas incluem náusea, enjoo, sensibilidade à luz e aos sons. Cerca de 10% dos pacientes apresentam queixas de visão obscurecida, pontos negros, flashes de luz, sensações físicas como dormências, ou alterações da fala. A estes sintomas a que se dá o nome de aura podem juntar-se outros semelhantes aos da doença de Menière, como vertigem e zumbidos. Podem durar mais de 30 minutos e preceder a dor de cabeça. Contudo, podem existir episódios em que a dor de cabeça não está presente em simultâneo.

A migraine vestibular é a mais frequente causa de vertigem recorrente depois da VPPB. Apresenta uma preponderância no sexo feminino de 3 para 1 e na quarta década de vida. A ocorrência familiar é frequente o que aponta para uma origem genética da doença.

A existência em simultâneo das 3 entidades, Migraine, doença de Menière e VPPB é frequente. A vertigem paroxística benigna da infância designa uma variante da migraine vestibular que se inicia por volta da idade pré escolar com ataques breves de vertigem e que anos mais tarde vão ser substituídos pela enxaqueca típica.

A migraine vestibular pode ser tratada com cuidados dietéticos específicos, são excluídos da alimentação eventuais desencadeantes de enxaqueca, e com a modificação de estilos de vida. A terapêutica medicamentosa tem indicação em determinadas situações. Se persistir instabilidade, perturbação com os movimentos da cabeça, dificuldade de tolerar ambientes com grande variação visual, como por exemplo os centros comerciais e a condução noturna, a reabilitação vestibular pode ter um papel a desempenhar.